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23 de fev. de 2017

A Fábrica No Sonho

A Lua Nova caía obliqua no céu de Oeste.
A noite ia alta, em prenúncio de madrugada.
Estava frio e ao longe as derradeiras nuvens de chuva afastavam-se no horizonte entre relâmpagos opacos.
A caminhada pelas ruas deserta haviam levado Antonio até os limites do bairro, próximo a via férrea, por entre os galpões abandonados e das antigas fábricas daquele setor da cidade.
Bem lá ao final da rua silenciosa ficava a fábrica de refrigerantes.
Tudo quieto, entre as sombras alongadas pelas lâmpadas nos poucos postes de iluminação pública.
Em dado momento uma luz mais intensa atraiu a atenção do flanador noturno, luz essa vinda do final da rua.
Curioso, Antonio caminhou com mais celeridade e logo estava no portão gradeado da antiga fábrica de refrigerantes.
Mas que surpresa!
Havia um movimento intenso de labor, de funcionários e suas sombras movimentando-se pelo pátio coberto de mato rasteiro, lampiões acesos, a fornalha com a bocarra vermelha expelindo chamas, e o ruído surdo, distante, de maquinário em funcionamento.
A fumaça branca da chaminé atingia uma grande altura no céu noturno eclipsando as estrelas.
Enquanto olhava para toda aquela atividade, não percebeu a aproximação do guarda do portão que lhe perguntou, com o rosto encoberto pela aba do boné o que ele desejava.
Nada não, respondeu Antonio, apenas que estava a caminhar por aqui e notei a faina que se desenvolvia na fábrica que eu julgava fechada.
Sim, a fábrica está fechada, mas devemos entregar uma última produção, para depois todos podermos ir descansar.
Pouco a pouco, enquanto essa rápida conversa era entabulada, as luzes foram esmaecendo, bem como a figura do guarda do portão.
A fornalha apagou-se, os lampiões extinguiram suas chamas, os vultos cambiantes do funcionários no pátio eclipsaram-se nas sombras, deixando  somente o capim refletindo a luz baça da Lua, eventuais fogos fátuo dos pirilampos e o silêncio predominou novamente na noite.
Ao fundo havia apenas as ruínas da fábrica antiga a qual, muitos anos antes, havia sido destruída pela explosão da caldeira, vitimando vários funcionários os quais faziam hora extra para entregar um grande pedido de bebidas.

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