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23 de fev. de 2017

Cata Ossinhos (1)

O Senhor Cláudio e o seu auxiliar cavavam diligência a terra dura no espaço próximo ao alicerce da capela.
A manhã ia alta e havia possibilidade de chuva. O vento úmido arrastava as folhas secas. Aquele mês de maio havia se apresentado muito chuvoso, diferente dos anos anteriores.
Estávamos em uma área próxima a Rua Flávio Uchoa, a aproximadamente cinquenta metros da avenida.
Vários fragmentos póstumos foram surgindo a aproximadamente um metro e meio da superfície.
O buraco deveria ser mais fundo, para bem abaixo do alicerce da capela, pois ali seriam construídas uma série de galerias.
Em dado momento apareceu sob a terra o que parecia ser um antigo alicerce,
- O que são esses tijolos e pedras, seu Cláudio? - perguntei.
E o construtor respondeu-me que eram as fundações do antigo muro do cemitério. Com o alinhamento da Rua Flávio Uchoa, ainda nos anos de 1930, as divisas do terreno chegaram até o ponto onde estão hoje, limitadas pelo passeio público.
Nos anos anteriores o recinto era menor. O perímetro como o conhecemos hoje foi estabelecido ainda nos anos de 1940.
E aqueles escombros e restos que observávamos eram dos indivíduos vitimados pela Gripe Espanhola, a qual no final de 1918 e início de 1919, vitimou de forma fatal mais de duas centenas de cidadãos ribeirãopretanos.
Naquela manhã de maio, quando uma chuva torrencial e fria começou a cair, um fragmento do Passado havia sido posto à lume, oitenta anos depois dos fatos.

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