7 de mar. de 2018
Ainda era ontem - Cata Ossinhos (12)
O dia encerrou-se entre nuvens negras,
Raios e trovões.
O vento frio do Norte agitava as árvores.
Ao começar a chuva,
O som do Carnaval dos Animais foi-se.
Acabou a energia, a claridade da lâmpada foi dominada
Pela escuridão das horas e dos tempos.
Uma vela foi acesa no cômodo entre a penumbra
E os livros na estante.
No enlevo, no abraço da tempestade,
Sobreveio o sono, o sono mágico do
Cansaço.
Quantas horas passaram?
Seria já o outro dia quando os últimos espectros
Do sonho recolheram-se para as sombras?
A vela havia sido consumida até o fim.
Uma luz pálida começou a tingir os telhados ao longe.
Um luz pálida.
O sol nascente entre as nuvens de tempestade?
Não.
Era a luz da Lua, uma Lua enorme a devassar as trevas da noite agora silente.
Foi com essa luz possível olhar para o mostrador do relógio na parede.
E ainda era ontem.
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